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CONTEXTO HISTÓRICO
A Guerra Fria foi uma guerra ideologia entre Estados Unidos e União Soviética, porém a guerra não parou por aí, os Estados Unidos não queria que os países da América mudassem seu sistema político-econômico para socialista e que se aliasse à União Soviética, para isso, implantou ditaduras com o desejo de comandar estes países para não ter mais inimigos. Essas ditaduras chegaram em 9 países da América do Sul e agentes dos Estados Unidos estavam sempre por perto para saber de tudo que acontecia.

GUATEMALA
A ditadura militar na Guatemala foi um regime que durou de 1954 até 1996. Foi aplicada a operação PBSUCESS em 18 de junho de 1954 pela CIA para derrubar o presidente Jácobo Arbenza Gúzman, acusado de ser comunista pelos Estados Unidos. Jácobo foi acusado de ser comunista por alguns motivos, um deles pela implantação da reforma agrária no país (conhecida como Decreto 900), onde retirara empresas internacionais para as terras serem dadas aos cidadãos, entre elas a "United Fruit Company", empresa americana a qual muitos pensam ser o motivo dos Estados Unidos se envolverem na derrubada do governo de Gúzman.
O Primeiro presidente durante o regime foi o Coronel Carlos Castillo Armas, que foi assassinado em 1957, durante o mandato no qual foi marcante o cancelamento do Decreto 900. Após a morte de Armas, o General Miguel Ydigoras Fuentes se tornou presidente a partir de uma eleição fraudada, durante seu governo cortou relações com Cuba após Fidel Castro assumir o poder. Fuentes foi retirado do poder com o golpe de 1963 por Enrique Azurdia, Ministro da Defesa, sendo eleito presidente Julio César Montenegro, conhecido como único presidente civil, sob uma bandeira de "abertura democrática", porém foi o momento de mais influência do regime militar dos Estados Unidos.
Em 1970, com a eleição do Coronel Carlos Arana Osorio, foi o momento de mais revoltas guerrilheiras. Osorio declarou "Estado de Sítio". No governo de Osorio houve o maior número de pessoas desaparecidas, torturadas e assassinadas, tanto que o número de pessoas mortas durante seu governo é de cerca de 20 mil guatemaltecos. A partir de 1980 ocorreu uma intensificação nas guerrilhas. Nos anos de 1996 as guerrilhas foram oficialmente encerradas, através de um acordo de paz, mediado pela ONU. A contagem de corpos estimadas durante todo o período do regime militar e das guerrilhas gira em torno de 200 mil.

PARAGUAI
A ditadura militar no Paraguai durou de 1954 até 1989. O General Alberto Stroessner chega ao pode por meio de um golpe de estado que abriu caminho para eleições forjadas. A partir daí, entre 1954 e 1989 o General manteve-se no poder tendo como sustentáculo o Parido Colorado, a oligarquia agropecuária e os Estados Unidos, com quem assinou pacto comprometendo-se a combater o comunismo. Impôs a hegemonia dos Colorados, perseguiu e torturou opositores, criou reder de delação e serviu como laboratório para a aplicação da Doutrina de Segurança Nacional na América Latina, em um regime baseado no Terrorismo de Estado. Somente em fevereiro de 1989, um golpe militar tirou do poder Stroessner, que se refugiou no Brasil. O líder do golpe, Andrés Rodríguez, elegeu-se presidente.

ARGENTINA
A ditadura militar na Argentina durou de 1966 até 1973. O regime começou com um golpe de estado dado por militares que assumiram o poder no país. Durante sua vigência, foi um dos governos mais autoritários da América do Sul.
O golpe ocorreu com o presidente Arturo Illia sendo deposto do cargo em 28 de junho de 1966. Ao longo do período militar, 3 militares ocuparam o poder: o General Juan Carlos Onganía, o General Roberto Marcelo Levingston e o General Alejandro Agustín Lanusse.
Juan Carlos Onganía governou de 1966 a 1970 e entregou o poder debilitado por conta de protestos. Em seu lugar, a Junta de Comandantes em Chefe das forças armadas assumiram o governo do país e decidiram pela indicação do general Roberto Marcelo Levingston para a presidência. Levingston era um desconhecido militar e governou a Argentina até 1971 pela incapacidade de controlar a situação política, econômica e social do país. Em seu lugar entrou o homem forte da ditadura, o general Alejandro Augustín Lanusse. Este governou entre 1971 e 1973, sua gestão que foi empenhada em obras de infra-estrutura nacional era vista com desgosto da população.
As crescentes manifestações populares causaram as eleições para novo presidente na Argentina em 1973. A população queria Perón no governo do país, mas o candidato do povo foi barrado pelo então presidente militar que alterou as leis eleitorais da constituição de forma que barrasse sua candidatura. Impossibilitado de ser eleito, Perón e o povo passaram a defender a candidatura de Hector José Cámpora, que saiu vitorioso no pleito.
O período da Ditadura Militar na Argentina foi cruel e sangrento, a estimativa é de que aproximadamente 30 mil argentinos foram sequestrados pelos militares. Os opositores que conseguiam se salvar fugiam do país, o que representa aproximadamente 2,5 milhões de argentinos. Os militares alegam que mataram “apenas” oito mil civis, sendo que métodos tenebrosos de torturas e assassinatos foram utilizados pelos representantes do poder. O governo autoritário deixou marcas na Argentina mesmo após a ditadura, com a democracia poucos presidentes conseguiram concluir seus mandatos por causa da grande instabilidade econômica e social.

BRASIL
O Golpe Militar de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e que culminaram em um golpe de estado no dia 1 de abril de 1964. Esse golpe pôs fim ao governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido de forma democrática, eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a constituição, anular mandatos legislativos, interromper direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.
O primeiro presidente foi Castello Branco, que autorizou apenas 2 partidos, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). O governo militar impôs em 1967 a Constituição de 1967, que confirma e institucionaliza o regime militar.
Costa e Silva assume o governo em 1967, marcado por protestos e manifestações sociais. A União Nacional dos Estudantes (UNE) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. Em 13 de dezembro de 1968 o governo decreta o AI-5, o mais duro do regime militar.
Costa e Silva foi substituído por estar doente por uma Junta Militar formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (exército), Augusto Rademaker (marinha) e Márcio de Sousa e Melo (aeronáutica). O MR-8 e a ALN sequestram o embaixador dos EUA Charles Eubrick, exigindo libertação de 15 presos políticos. Em 18 de setembro o governo decreta a Lei de Segurança Nacional. No final de 1969 o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de repressão em São Paulo.
Em 1969 a Junta Militar escolhe o novo presidente: Emílio Garrastazu Medici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período, conhecido como "Anos de Chumbo". O Milagre Econômico (1969-1973) foi um período que o PIB do país crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%, porém todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no futuro, gerando uma dívida externa enorme para o Brasil.
Em 1874 assume a presidência o General Ernesto Geisel, que começa com um lento processo rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do Milagre Econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. Em 1978 Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre o caminho para a volta da democracia no Brasil.

A vitória do MDB nas eleições de 1978 começa a acelerar o processo de redemocratização. O General João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. O fim da ditadura no Brasil vem com o restabelecimento do pluripartidarismo, a redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já, além de problemas como a inflação elevada e a recessão. Em janeiro de 1985 o Colégio Eleitoral escolheria Tancredo Neves para assumir como presidente, porém acaba falecendo e assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada a nova constituição, a Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura e estabeleceu os princípios democráticos no país.

Escrito e Adaptado por Gustavo Schmitt

Guia do Estudante Abril, "Veja quais países da América Latina tiveram ditaduras militares" - Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/fotos/paises-america-latina-tiveram-ditaduras-militares-760783.shtml#13> Acesso em 16 de agosto de 2015
Só História, "Guerra Fria" - Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/> Acesso em 16 de agosto de 2015
Gabriel Rodrigues dos Santos, "Ditadura Militar na Guatemala" - Disponível em: <https://prezi.com/leh1j_fc4luw/ditadura-militar-na-guatemala/> Acesso em 16 de agosto de 2015
Resistência e Arquivo, "Ditadura no Paraguai: Doutrina e Segurança Nacional, Terrorismo de Estado e participação na Operação Condor" - Disponível em: <https://resistenciaemarquivo.wordpress.com/tag/ditadura-militar-paraguai/> Acesso em 16 de agosto de 2015
Wagner de Cerqueira e Francisco, "Paraguai" - Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historia-da-america/historia-paraguai.htm> Acesso em 16 de agosto de 2015
Antonio Gasparetto Junior, "Ditadura na Argentina (1966-1973)" - Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/ditadura-na-argentina/> Acesso em 16 de agosto de 2015
Só História, "Ditadura Militar no Brasil - 1964-1985" - Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/ditadura/> Acesso em 16 de agosto de 2015
A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA

   O filme a outra história americana, conta a história de dois irmãos com seus direitos invertidos em relação a sociedade; Temas como racismo, neo-nazismo e xenofobismo são vistos nesse filme. Derek (Norton) está transando feliz da vida com a sua namorada. Quem não está muito contente é o jovem Dan (Edward Furlong), que é impedido de dormir por causa da barulheira infernal que vem do quarto do idolatrado irmão neo-nazista. Do lado de fora da casa, três jovens tentam arrombar o carro de Derek, que, para o azar do trio, descobre o que está acontecendo e vai tomar satisfação de uma maneira extremamente agressiva. Derek é de um movimento conhecido da década de 60 chamado “Skinhead”, os primeiros sinais do surgimento dos skinheads começaram a ser vistos em 1967 nas cidades inglesas. Tudo começou como resposta ao também crescente movimento “hippie”, que surgia em meio à classe média e espalhava-se pelo mundo. Os skins, como também ficaram popularmente conhecidos, eram jovens da classe trabalhadora que passaram a identificar-se com certos aspectos da cultura jamaicana trazida por imigrantes afro-caribenhos que chegavam à Inglaterra. A cultura skin foi sendo construída por meio da música, como o reggae e o ska, vestimentas e ideologias variadas que cada grupo adotava. Os cabelos raspados, os sapatos bem cuidados e as roupas bem passadas que os primeiros skinheads adotaram contrastavam com a imagem despreocupada e relaxada dos hippies, que era vista pelos skins como uma imagem afeminada.
   O movimento inicialmente não possuía nenhuma pretensão de segregação racial entre pessoas negras e brancas. No entanto, a partir da década de 1970, a crise econômica que se intensificava no Reino Unido passou a fragilizar as relações com os imigrantes. Enquanto paquistaneses, por exemplo, começavam a chegar em grande quantidade, o número de empregos diminuía e a concorrência tornava-se cada vez maior.
   Depois de Derek ser preso e sair da cadeia volta e tenta reatar sua vida, levar uma vida normal e tirar a sua família desse pensamento irracional e retrogrado, na prisão ele testemunha como realmente a vida é e não o que as outras pessoas falavam pra ele, ficou amigo de um negro que o ajudou la dentro e lhe mostrou que não existem diferença entre negros e brancos, que os negros que estavam lá, a maioria é por parte de preconceitos racial da policia com eles.
   A narrativa não segue uma ordem cronológica, e diversos momentos são retratados em preto e branco. Segundo o crítico Eduardo Monteiro, do Cinema sem Erros, essas mudanças nas cores sevem para mostrar o conflito do certo e o errado. O passado de Derek sempre é apresentado em preto e branco, como se aquilo fosse uma mancha escura na sua realidade, enquanto o presente recebe cores vivas para deixar claro que ele não é mais aquele homem. Como Dan é o narrador, a história é baseada no seu próprio ponto de vista sobre o irmão e a realidade em que vive (onde apenas os brancos parecem merecer lugar no planeta).
   Ao mesmo tempo que os dois irmãos aparentam ser fortes e inteligentes, demonstram uma incrível fragilidade psicológica e são facilmente manipulados. Um exemplo: há uma cena em que Derek, ainda um jovem, está contando empolgado sobre como se sentiu instigado a estudar pelo seu novo professor. O pai de Derek (um homem sem muita instrução e preconceituoso) o questiona com um discurso campestre, mas que é o suficiente para modificar a opinião inicial do primogênito. Oras, anos depois, Derek seria novamente manipulado por Cameron e se tornaria um neo-nazista. E finalmente, mudaria de ideia após um novo encontro com seu antigo professor e por suas próprias experiências negativas com seu estilo de vida. Dan é a mesma coisa. Cansado de ser apenas o reflexo do irmão, decidiu seguir os mesmos passos. Foi doutrinado por Cameron, mas seu combustível para participar daquela baboseira era apenas o amor e admiração pelo irmão. Tanto, que quando Derek conta suas experiências, ele muda de opinião drasticamente.
   O filme mostra a indecência de uma sociedade que ainda julga um ser humano pela sua cor e não pela sua índole ou pelas suas atitudes. Esse preconceito surgiu com o pensamento ideal de a raça pura sempre prevalecer, mas antes de questionarmos isso, devíamos pensar realmente qual é a raça pura? Qual é a diferença entre um negro e eu? O tom de pele? Mas o que isso nos diferencia? A nossa cultura! A cultura afro sempre sofreu desde os princípio na história mundial, seja com o preconceito racial ou com os grandes grupos radicas como os “skinheads”, isso só mostra a nossa dívida que temos com esse povo, o nosso imenso pedido de desculpas que devemos a cada família que foi morta, torturada ou separada de seus pais, filhos ou esposas. Cabe a todos nós mostrarmos a todos que sim, somos diferentes, mas temos que respeitar a diferença de cada um e saber sempre, que não é um tom de pele que vai mudar algo em sua vida e sim suas atitudes e o que você faz com ela.


HOTEL RUANDA

   Em 1994 houve um conflito que desencadeou uma grande guerra entre duas etnias dentro de um país na Ruanda, levando a morte de quase um milhão de pessoas em 100 dias. Sem apoio de ninguem, e lutando pela sobrevivência os Ruandenses tiveram que procurar ajuda em seu próprio dia a dia. Um desses auxilio foi dado pelo gerente de Hotel Paul Rusesabagina localizado no centro da cidade. Ele com seus braços, abrigou mais de 1000 pessoas dentro de seu hotel, desde hutus com medo da guerra até tutsis com medo da morte. Vivemos em um mundo em que a solidariedade não é mais vista em nosso dia a dia, não sabemos mais o nome de nossos vizinhos e sempre vivemos correndo, esse homem não desistiu em nenhum momento dessas pessoas e lutou até o fim para que todos pudessem ter um fim livre e com dignidade.
   Do ponto de vista cultural, tutsis e hutus partilhavam de uma série de similaridades por falarem a mesma língua e seguirem um mesmo conjunto de tradições. Contudo, quando os belgas chegaram à região, observaram que estes dois grupos étnicos se diferenciavam por conta de algumas características físicas. Geralmente, os tutsis têm maior estatura, são esguios e tem um tom de pele mais claro.
   Na perspectiva dos belgas, essas características eram suficientes para acreditarem que os hutus – mesmo sendo a maioria da população – seriam moralmente e intelectualmente inferiores aos tutsis. Dessa forma, os imperialistas criaram uma situação de ódio e exclusão socioeconômica entre os habitantes de Ruanda. A política distintiva dos belgas chegou ao ponto de registrar nas carteiras de identidade quem era tutsi e hutu.
   Na década de 1960, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação, ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi.
   O massacre da população de Ruanda, um pobre país exportador de chá e café, localizado na região central do continente africano, ex-colônia da Bélgica, não foi capaz de movimentar a imprensa internacional. Calcula-se que aproximadamente um milhão de pessoas tenham morrido na guerra civil que abateu o país em 1994 e praticamente nada a respeito do assunto foi divulgado para os países do Ocidente. Em uma das cenas mais importantes do filme Hotel Ruanda, o jornalista Jack Daglish (interpretado por Joaquin Phoenix) volta das ruas com fortes imagens do horror da guerra. Inúmeros mortos espalhados pelo chão enquanto as violentas ações continuam aparecem nas filmagens mostradas pelo repórter ao chefe de sua equipe e são também vistas por Paul Rusesabagina. Preocupado com a reação do gerente do hotel, Daglish se desculpa e Paul responde que acha importante que a comunidade internacional saiba dos acontecimentos em Ruanda para que se mobilize. A resposta do jornalista é então sintomática quanto à repercussão desses ocorridos quando ele diz que as pessoas verão isso enquanto jantam, se sentirão sensibilizadas e, depois de alguns segundos de indignação, retornarão as suas refeições.
   As atrocidades aconteceram há 18 anos, os ataques começaram nos primeiros dias de abril de 1994, e não houve qualquer tipo de intervenção de órgãos de segurança mundial. Keir Pearson, roteirista do filme “Hotel Ruanda”, declara no material extra do DVD: “Quando comecei a pesquisar o assunto o que me espantou foi que a ONU sabia o que estava acontecendo, foi alertada, mas houve um esforço consciente do Ocidente em ignorar”. As tropas da ONU pouco fizeram e mantiveram uma postura omissa quanto à possibilidade de salvamento das vítimas.
   Na cidade de Kigali, capital da Ruanda, membros da guarda presidencial organizaram as primeiras perseguições contra os tutsis e hutus moderados que formavam o grupo de oposição política no país. Em pouco tempo, várias estações de rádio foram utilizadas para conclamar outros membros da população hutu a matarem os “responsáveis naturais” daquele atentado.
   A propagação do ódio resultou na formação de uma milícia não oficial chamada Interahamwe, que significa “aqueles que atacam juntos”. Em pouco mais de três meses, uma terrível onda de violência tomou as ruas de Ruanda provocando a morte de 800 mil tutsis. O conflito contra as tropas governistas acabou sendo vencido pelos membros do FPR, que tentaram estabelecer um regime conciliatório.
   Apesar dos esforços, a matança e a violência em Ruanda fizeram com que cerca de dois milhões de cidadãos fugissem para os campos de refugiados formados no Congo. Nesta região, o problema entre as etnias tutsi e hutu continuaram a se desenvolver em várias situações de conflito. O atual governo de Ruanda, liderado por tutsis, promoveu algumas invasões ao Congo em busca de alguns líderes radicais da etnia hutu.
   Nos últimos anos, a prisão do guerrilheiro tutsi Laurent Nkunda e as experiências bem sucedidas nos campos de desmobilização vêm amenizando a convivência entre tutsis e hutus. Além disso, o presidente Paul Kagame anulou os antigos registros que diferenciavam a população por etnia. Em algumas cidades de pequeno porte, já é possível observar que os traumas do genocídio de 1994 estão sendo superados.
   O homem não saber viver em sociedade é algo que já e visto a muito tempo, guerras são criadas por disputas territoriais desde que o mundo é considerado mundo. Deviamos parar de tentar industrializar, crescer, expandir e olhar a nossa volta e vermos que se o mundo quer fazer essas coisas primeiramente devemos saber respeitar a pessoa que está ao nosso lado, pelas suas características físicas e pelo que ele é e representa, sem querer declarar alguém melhor que alguém por características hereditárias e sim pelo conhecimento e bagagem que é nos dados através de nossos anos vividos em sociedade.


Escrito por João Pedro Santos

Tullio Dias, Crítica: A Outra História Americana - Disponível em: 
Lucas Oliveira, Skinheads - Disponível em: 
<http://www.brasilescola.com/sociologia/skinheads.htmAcesso em 15 de agosto de 2015
Significados - Disponível em: 
<http://www.significados.com.br/skinhead/> Acesso em 15 de agosto de 2015
Rainer Souza, O genocídio em Ruanda - Disponível em: 
Google Docs, Disponível em: 

     O filme Selma conta a história de Martin Luther King em busca de um direito básico para todos, o voto. Inicialmente já haviam leis possibilitando esse direito a todos os cidadões estadunidenses, mas como era visto naquela época, o preconceito era tão grande que os atendentes não deixavam os negros fazerem seus títulos eleitorais, simplesmente por acharem que a cor da pele influenciava em alguma coisa.
     Martin busca apoio governamental em sua causa, quer que os direitos civis e políticos possam ser exercidos pelos negros, sem que alguém os julgue, querem poder entrar em algum estabelecimento sem ser julgado ou discriminado, querem poder ter uma vida normal. O governo via Martin como uma máquina para controlar massas, uma pessoa que se tivessem do lado, atrairia multidões e disseram não achar importante aquilo naquele momento e sim o combate à pobreza, Martin explica que com pequenas ações que o governo tivesse, isso iria ajudar muito mais do que com o plano governamental proposto.


     Decidem ir então a Selma, uma cidade que possuía mais de 50% da população negra e somente 2% era apta a votar, além disso naquela cidade, o preconceito racial era impregnado dentro do governo, desde policiais e oficias abusando de seu poder, até delegados prendendo alguém e o condenado por ser negro. Que atitudes eram tomadas para defender essa população? Quem estava do lado deles? Quantas pessoas tiveram que morrer até que entendessem o quão primitivo e odioso é esse pensamento?
     Martin decide fazer caminhadas entre uma cidade e outra e simplesmente não consegue, negros não tinham o direito de sair e protestar, não tinham o direito de saber onde iriam ou de saber por que não iriam. Martin atraí milhares de pessoas que fazem novamente a caminhada, depois de ir a júri, conseguem atravessar as cidades e chegam até Washington onde deu seu famoso discurso “I Have a Dream”, onde no filme não foi utilizado o texto original pois, Os  direitos de utilização dos discursos, entre eles o famoso "Eu Tenho um Sonho", já haviam sido adquiridos em 2009 pelos estúdios DreamWorks e Warner para a produção de outro filme, uma cinebiografia produzida por Steven Spielberg, ainda sem previsão de lançamento.

     "Eu estou contente em unirme com vocês no dia que entrará para a história como a maior  demonstração pela liberdade na história de nossa nação.  Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou  a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça.  Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.  Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.  Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação  e as cadeias de discriminação.  Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição. “

     Discurso de Martin Luther King – “I HAVE A DREAM”


     Selma é um filme que mexe com as estruturas de qualquer um que tenha a sã consciência de que é tão constrangedor quanto ridículo o fato de tudo que ocorre nele (no caso, o filme) aconteceu apenas há 50 anos atrás. E o mais triste ainda é que o preconceito racial ainda existe e não só nos Estados Unidos mas também no Brasil que se diz, e APENAS se diz, um país "livre de preconceitos". Selma representa o agora, representa as lutas que ainda existem e vão existir ate desmascararmos aquilo que é óbvio. Que o filme possa servir para abrir a mente daqueles que são contra a tudo que venha a "beneficiar" os negros, como se fosse invalido mas, invalido é pensar assim.

     Podemos analisar o discurso de Martin como uma grande barreira, uma barreira de anos, uma barreira cheia de preconceitos que em cada palavra dita por Martin era quebrado uma a uma, naquele momento ele entrou para a história por contradizer o governo e correr atrás do que ele achava certo, do que ele tinha como ideias, do que pra ele e na cabeça dele era correto. Aquele homem foi responsável pela “quebra” desse grande preconceito que corre pelo mundo, o quanto eles sofreram? Quantas famílias foram escravizadas? Quantas pessoas foram mortas? Quão ignorantes podemos ser por ainda pensarmos que somos diferentes?




Escrito por João Pedro Santos e Laura Dluzniewski
     Hotel Ruanda é um longa-metragem lançado em 2004. O filme conta a história do conflito entre duas etnias, os Hutus (que são maioria) e os Tutsis, existentes no país de Ruanda. O filme se passa no ano de 1994 e retrata a guerra civil que durou aproximadamente um ano e deixou quase um milhão de mortos. O longa conta a história do filme focando em uma família, os Rusesabagina, em que Paul é gerente do hotel Milles Collines e abriga mais de 1200 pessoas durante o conflito.
     O filme e o conflito começam em momentos diferentes. O conflito se inicia com a saída dos belgas de Ruanda, enquanto o filme tem início quando a etnia dos Hutus já está no poder. Os belgas foram os colonizadores de Ruanda e governaram por meio da etnia dos Tutsis, com a alegação de que eles eram mais altos, tinham narizes mais finos e pele mais clara. Por causa dessa preferência dos colonizadores, os Tutsis sempre tiveram os melhores trabalhos dentro do país. Os anos de repressão levam os Hutus a criarem uma milícia chamada Interhamwe, parte radical dos Hutus que foram os responsáveis pelo genocídio causado em Ruanda.
     O longa começa quando a situação do país ainda não está tão crítica. Na família dos Rusesabagina, Paul é da etnia dos Hutus, e sua mulher Tatiana é Tutsi, o que torna Paul praticamente um traidor de sua etnia. Um dos personagens que tem papel importante na história é George Rutaganda, que é um negociante da cidade de Kigali (onde se passa o filme) e é quem vende os suprimentos necessários para o Milles Collines. Além de vender suprimentos para vários locais da cidade, George é um importante membro dos Interhamwe e faz discursos diariamente nas rádios incitando o ódio aos Tutsis. O exército local, comandado pelo general Augustin Bizimungu, não faz nada para impedir os massacres, apesar de em alguns momentos proteger Paul e o hotel em troca de dinheiro ou por algum outro motivo em especial, mas nunca para cumprir o seu dever com a população.


     O que inicia o massacre é o assassinato do presidente de Ruanda após ele assinar um acordo de paz entre as duas etnias. A partir de sua morte não há nenhum motivo que impeça os radicais Hutus de matarem os Tutsis. Com o discurso de George Rutaganda nas rádios, pedindo para os Hutus saírem as ruas com facões matando o máximo de Tutsis que puderem, inicia-se um dos maiores massacres de toda a história. Durante o massacre, vemos cenas horríveis como, por exemplo, quando Paul e um de seus funcionários passam de van por uma estrada e há milhares de corpos jogados no chão.
     Com o desenrolar do filme, o Milles Collines se torna um hotel para refugiados e Paul passa a ser procurado por estar ajudando os Tutsis. Ele consegue abrigar e cuidar de mais de 1200 pessoas, sofrendo ataques e passando risco de morte em inúmeras situações. A ONU não consegue proteger o hotel, devido a uma ordem de não atirar e por falta de soldados. Apesar disso, em duas oportunidades a ONU tenta levar os refugiados para onde estão localizados os rebeldes Tutsis. Na primeira, a ação falha e a família de Paul quase morre, já na segunda eles conseguem e terminam sendo levados para outro país.


     O que chama a atenção no filme Hotel Ruanda é a falta de ajuda que a ONU e os refugiados recebem. Há um momento em que pensamos que o conflito se resolverá, pois são enviados exércitos de vários países, mas eles vão com o único objetivo de levar os estrangeiros embora do país. Apesar de todo o mundo saber e poder até mesmo ver o massacre (devido a imagens dos repórteres), nenhum país faz nada para intervir. Até mesmo é dito no filme que os franceses estariam financiando os Interhamwe. O conflito foi causado por culpa dos colonizadores do local, e mesmo quando está ocorrendo o genocídio, ninguém sequer ajudou. O filme termina sem mostrar o desfecho da história, que seria os Tutsis retomando o controle do país e expulsando os Hutus, que passam a ser considerados uma praga, pois geram inúmeros conflitos por todo o continente africano. O preconceito étnico ainda existe em Ruanda e os antigos Hutus (que ficaram no país) ainda tem os piores empregos e estão em piores condições que os Tutsis. George Rutaganda e Augustin Bizimungu, foram responsabilizados pelo conflito e foram presos pelo Tribunal de Crimes de Guerra da ONU, ambos cumprem prisão perpétua. Já a família dos Rusesabagina vive até hoje na Bélgica e Paul já recebeu diversos prêmios internacionais devido aos seus atos durante o conflito em Ruanda.

Escrito por Gabriel Rittmann e Arthur Suberbie




     Em um filme escrito por David McKenna e dirigido por Tony Kaye, Derek Vineyard (Edward Norton) está servindo 3 anos na prisão por matar dois negros que estavam tentando roubar seu carro. Através da narração de seu irmão caçula, Danny Vineyard, descobrimos que antes de ser preso, Derek costumava liderar uma gangue de skinhead’s cujo objetivo era estabelecer uma supremacia branca nos bairros pobres de L.A.
A Outra História Americana
     No decorrer do filme é mostrado como as ações e preconceitos de Derek influenciam o seu irmão mais novo. Percebendo isso, o diretor do colégio que Danny estuda tenta auxilia-lo a descobrir de onde surgiu o ódio e alcançar as raízes do preconceito, para poder poda-las antes que o levem ao mesmo destino do irmão.
     Após cumprir seu tempo na prisão, completamente transformado pelas experiências e amizades dentro da cadeia, Derek se afasta da gangue que costumava liderar e tenta tirar Danny do caminho violento que trilhava, mostrando-o que o ódio só aponta para a destruição pessoal e da sociedade a sua volta.
Derek (Edward Norton) busca vazão para suas agruras tornando-se líder de uma gangue de racistas. A violência o leva a um assassinato, e ele é condenado pelo crime.

     Um filme extremamente tocante, expõe os lados sombrios de um país cujo nacionalismo exacerbado alimenta o xenofobismo e o racismo em seu culto ao ódio e a violência. Misturando efeitos em preto e branco e partes em cores, é criada uma atmosfera de viagem pelo tempo e espaço que se estende por toda sua duração. A sua intenção não é de passar uma mensagem de esperança, mas de mostrar toda a violência e brutalidade que um indivíduo está sujeito ao se deixar consumir pelo preconceito. Com uma atuação brilhante de Edward Norton (Derek Vineyard) e uma trilha sonora poderosa, esse filme é recomendado para todos os amantes de cinema, mas principalmente para aqueles que veem o preconceito como um problema em extinção.

A quem pense que isso não ocorre no Brasil, estes são Skinheads que agrediram militantes que participaram do FORO em São Paulo, tudo começou quando eles xingaram um grupo de esquerda.


Escrito por João Bumbel, Julia Nascimento e Lucas Ueno
     NO, dirigido por Pablo Larraín e escrito por Pedro Peirano, se passa no final da ditadura no Chile, quando foi feito um plebiscito devido a pressão internacional (principalmente por parte dos Estados Unidos), para saber se o povo gostaria que a ditadura continuasse. 


 "No!" foi baseado na peça teatral "El plebiscito", também uma produção chilena, e, é claro, na propria história do país e em relato da população.

Duas campanhas, o "Sí" e o "No" foram criadas, ambas com direito a 15 minutos de televisão por 1 mês, a fim de convencer as pessoas a se juntar a causa. O filme segue René Saavedra, um publicitário que decide se juntar ao "No".


Cartaz utilizado como propaganda durante a ditadura chilena, a publicidade foi uma grande chave para o fim dessa ditadura.
     Quando René decide se juntar a campanha, ele e seus companheiros têm que descobrir um meio de convencer as pessoas a votar não, porém nenhum deles realmente tem esperanças de conseguir. René então toma a liderança, dizendo o que eles deveriam fazer. Eles decidem então fazer uma campanha voltada para a "felicidade" que seria viver sem a ditadura, o que acaba chamando a atenção das pessoas. O partido "Sí", por sua vez, copiava o seu adversário com objetivo de  desconstruí-lo, ao invés de mostrar o lado bom da ditadura.

     Em algumas cenas é citado o quão cruel foi a ditadura, porém o filme não foca nisso. Alguns dos personagens são seguidos ou tem suas famílias ameaçadas, mas ninguém foi realmente torturado ou morto. O filme foca na importância que teve a publicidade para o fim do regime militar, usando de imagens reais do período, o que melhora ainda mais a experiência ao ver o filme.


Enfrentamento entre manifestante e carabinero durante protesto em 1984, na capital chilena

     Como é um filme mais parado, pode não agradar a todos, principalmente os que não se interessam muito em política, mas não se pode negar que "NO" é um ótimo filme que retrata muito bem um confronto político.


Escrito por Lucas Parizotto


"Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais de cada cidadão, estabelecidos na constituição". O exercício de uma boa cidadania implica em uma sociedade equilibrada. A cidadania está diretamente ligada a constituição de cada país, sendo assim, cada pessoa exerce de modo diferente a sua visão de cidadania. Logo, temos uma "cidadania brasileira", regida pelos direitos e deveres de cada um. São eles: 

Deveres:
• Votar para escolher os governantes; 
• Cumprir as leis; 
• Educar e proteger seus semelhantes; 
• Proteger a natureza; 
• Proteger o patrimônio público e social do País.

Direitos:
• Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre outros; 
• O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que disse e escreveu; 
• Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação na cidade; 
• O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso; 
• Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros; 
• Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros; 
• Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra, ficar ou sair do pais, obedecendo a lei feita para isso.

Fonte: http://bit.ly/1bznBkJ


Texto de: João Pedro Bumbel